quinta-feira, 13 de outubro de 2011

Os comentários na net!

Esta é uma daquelas coisas que me faz mesmo confusão.
Quando não temos nada para dizer o melhor é calarmo-nos. Certo?
Pelo menos foi assim que sempre me ensinaram.
Já repararam que os comentários das pessoas na net a notícias, fotos, etc, é sempre negativo?
Pior, já repararam como as pessoas escrevem mal hoje em dia?
Não há respeito pelas maiúsculas e minúsculas, pelas vírgulas ou pontos finais.
Enfim, não há respeito pela língua portuguesa.
Hoje atingi o meu limite com os comentários feitos no SapoFama, à reportagem sobre o velório da Fátima Raposo.
Os portugueses são tétricos, macabros.
Acham que devia estar toda a gente lavada em lágrimas, a chorar baba e ranho e a assoar os narizes até lhes gastar a pele.
Como se a dor das pessoas se medisse pelas lágrimas que choram em público!
Como se a dor não ficasse para sempre alojada nos corações de todos os que gostavam da Fátima.
Eu conheci a Fátima. Não éramos amigas, nem nada disso. Passámos umas férias juntas porque o namorado que ela tinha na época e o meu marido, que ainda tenho, são amigos há muitos anos.
Quando soube do acidente fiquei chocada.
Somos da mesma idade e a filha dela é mais ou menos da idade das minhas.
Durante o tempo em que convivi com ela, achei-a uma pessoa muito meditativa e introspectiva. Metida no seu mundo. Muito sensível, o que explica a sua opção pela pintura e filosofia de vida que escolheu nos últimos anos.
Não tinha idade para morrer.
Enquanto as pessoas que comentaram a notícia viram os sorrisos, eu vi os olhos.
Vi os olhos tristes e cheios de dor do Zé Manel Saraiva e da Palmira Correia.
Vi os olhos da Inês Pais.
Vi os olhos tristes das pessoas.
Vi as bonitas tentativas das amigas da Inês para a animarem. E arrancaram-lhes uns sorrisos. Ainda bem. É bom que ela não tenha perdido a capacidade de sorrir.
Onde quer que esteja a mãe vai querer que ela continue a sorrir.
Não é o que todas as mães querem?
As pessoas deviam pensar melhor antes de darem palpites sobre assuntos, que não lhes dizem respeito e sobre os quais nada sabem.
Onde quer que estejas - Paz à tua alma Fátima.

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