A minha infância está intrinsecamente ligada ao Alentejo. Filha única vivia completamente isolada do mundo e só no Verão na casa do meu avô soltava a franga. E de que maneira.
Eu, o meu primo Z. e a irmã dele, a P., foram o que de mais próximo tive de dois irmãos, ou pelo menos era assim que olhava para eles.
Os três éramos inseparáveis nas brincadeiras e muito especialmente nas asneiras. Segundo o meu pai, só tinhamos ideias de gente parva. Ah pois tínhamos e muitas. Éramos garotos, adorávamos andar à solta e o Verão era o tempo em que tudo era permitido.
Ou pelo menos na casa do meu avô tudo era permitido, porque ele achava que "os gaiatos têm que se entreter" e portanto nós aproveitávamos e entretíamo-nos.
Na casa do avô existia uma burra que o meu primo muito simpaticamente batizou de Esquisita, em homenagem a mim.
Sempre tive uma certa fama...
Na verdade não sou esquisita, talvez especial, mas o meu primo referia-se mais especificamente à comida.
Analisando as coisas do ponto de vista de uma pessoa de 45 anos, quase 46, eu diria que o esquisito era ele, que só gostava de batatas fritas, ovos estrelados e salsichas. Já eu só não como feijão frade, caril e chocolate.
Na casa do avô as batatas eram fritas em azeite e o azeite da altura era pesado, verde, grosso, em resumo nojento. As batatas era intragáveis, pelo menos para mim, que ainda por cima sou um bocado alérgica às gorduras ainda hoje.
A minha alcunha veio daí, eu era esquisita porque não gostava de batatas fritas em azeite, mas em contrapartida comia peixe grelhado ou cozido, legumes, sopa, enfim... já o meu primo nem por isso. E não sei se agora come. E já tem 50 anos.
Estão a ver o género?
Voltando à burra... A Esquisita era um animal muito manso, cinzento clarinho, ou pelo menos é assim que me lembro dela. Quando sentíamos o meu avô chegar íamos a correr para fazer o caminho até casa montados na Esquisita.
Era o nosso meio de transporte até à Ribeira de S. João ou à outra de que não me lembro o nome. O meu avô punha-nos lá em cima e lá íamos a balançar para um dia de pesca e de aventura. Perdi o conto às nodoas negras e às esfoladelas que fiz nos canchos (são pedras que nascem do chão e não sei explicar melhor), que estavam escorregadias e que pregaram comigo na água vezes sem conta.
Na caso do avô não havia luz e por isso depois de jantar tínhamos que puxar pela imaginação para passar o serão.
Eu e os meus primos ensaiávamos teatros, concertos... Eu canto tão mal, que até tenho pena dos meus tios que tiveram de me aturar, mas também era a única que sabia as letras. Ainda me lembro de L'oiseaux et l'enfant, acho que é assim que se escreve, de Marie Myriam, que ganhou um festival da eurovisão e que eu sabia na ponta da língua, entre muitas outras.
Vestia o vestido de noiva da minha mãe, que andava por lá a rebolar, o meu primo fazia de conta que tocava viola, a irmã dele acompanhava no coro e pronto, tínhamos a família entretida durante o serão.
E sabem o melhor? Éramos pagos. O meu avô dava o exemplo e puxava da carteira para dar tipo 5 escudos a cada um, devem ser para aí dois cêntimos e claro, o resto da família tinha que participar.
No fim do verão se não tívessemos o péssimo hábito de ir à aldeia à tasca do Sr. João, no Castelo comprar rebuçados de osso estávamos ricos. Nunca ficámos, claro. Os gelados, os rebuçados, as batatas fritas e outros afins eram demasiado apelativos para nós.
Havia tão poucos carros que mesmo miúdos escapavamos sozinhos para a aldeia para ir às compras. Sem medos, toda a gente sabia que éramos netos do Ti Zé Álvaro e pelo menos os meus primos que passavam lá mais tempo conheciam toda a gente. Eu era a esquisita que ia de Lisboa. Enfim...
Das primeiras recordações que tenho da casa do meu avô está a morte da minha avó Cecília. Eu tinha quatro anos e lembro-me que fui com a minha mãe e o meu padrinho de comboio e ainda chegámos a tempo de ver a avó Cecília viva.
A avó estava paraplégica já há muito tempo, nunca consegui perceber porquê, mas é uma doença que tem a ver com o reumático. Costumavam sentar-me no colo dela e ela contava-me histórias. Era muito doce a avó Cecília. Dizem que herdei dela os olhos verdes, as mãos compridas e fininhas e as unhas redondas e bonitas. São três coisas de que tenho muito orgulho, tal como a bolinha no nariz que herdei do avó Álvaro. É uma bolinha muito especial, afinal o meu avô tinha uma igual.
Quando chegámos a avó pediu para falar comigo. Queria pedir-me para tomar conta do meu padrinho que andava sempre todo partido porque se metia nas garraiadas e já tinha idade para ter juízo.
Ainda me lembro: Filha, toma conta do teu padrinho, não o deixes mais meter-se nas touradas. Não te esqueças.
Não me esqueci avó e tomei conta, ele nunca mais entrou numa tourada, excepto para ajudar um amigo, colhido por um touro. Eu prometi e cumpri. Era incapaz de me esquecer do teu pedido, como fui incapaz de me esquecer de ti. E acredites ou não tenho saudades tuas avó. Fizeste-me a mim e a todos na família muita falta. Especialmente ao avô, mas espero que agora estejam de novo juntos.
O avô morreu quando eu tinha doze anos, por altura da Páscoa. Lembro-me de um dia muito chuvoso em que apareceu uma prima da minha mãe para nos dar a notícia. Nessa altura quase ninguém tinha telefone. Fomos de carro para o Alentejo. Chorei o caminho todo e não consegui ver o avô no caixão. Prefiro lembrá-lo sentado na pedra ao lado da casa a enrolar o seu cigarrinho e com a boina de borla pendurada.
O meu avô Zé Álvaro, que na verdade se chamava Zé António era um homem maravilhoso e lindo.
tinha uns olhos azuis, era alto e elegante e até ao fim usou sempre os seus fatinhos de coletinho e jaquetinha, muitos de seborreco, que lhe ficavam tão bem.
Quando chegávamos cá abaixo à fonte Pales olhava para cima e invariavelmente o meu avô lá estava, sentado na sua pedrinha a enrolar o seu cigarrinho.
A sua morte foi prematura e deixou um buraco gigante na família. Do meu ponto de vista nunca mais recuperámos. Eu pelo menos não recuperei.
Tinha uma verdadeira adoração pelo meu avô e ainda tenho. A saudade que a morte dele me deixou acompanhou-me desde então e já faz parte de mim. Acho que vou morrer com ela.
Só voltei a casa do meu avô depois da morte dele há dois anos, no Verão.
Os meus tios organizaram um almoço e resolveram fazê-lo lá.
Acreditem ou não estive longos minutos no carro a soluçar e a tremer sem conseguir sair. Foi horrível.
Quando finalmente consegui sair do carro e entrei em casa dei de caras com uma fotografia do meu avô e da minha avó na parede em frente à porta e desabei completamente. Nunca mais me apanham. Aquela casa era o meu avô. Sem ele prefiro ignorá-la. E eu nasci lá.
Não sou pessoa de ir ao cemitério e francamente nem sei em que data ele morreu. Nem me interessa. Lembro-me dele todos os dias, tenho saudades dele todos os dias mas de alguma forma sinto que o meu avô não me abandonou. Eu sei que é estranho, mas às vezes sinto como que uma carícia no rosto e não me perguntem porquê mas quero acreditar que seja o avô Álvaro.
Era um homem bom, muito bom, amigo do seu amigo, dos filhos, dos netos e de um copinho...
"Filhas, já venho bêbado", dizia às veze ao fim da tarde quando chegava a casa. E era dia de histórias e canções. O avô contava coisas da sua infância e cantáva-nos canções do tempo dele. "Sete peixinhos, sete peixinhos, fui eu que os vi a nadar...".
Obrigada avô, por teres feito parte tão integrante e forte da minha vida. Por teres sido e continuares a ser um modelo.
Amo-te muito!
quarta-feira, 9 de maio de 2012
A barragem da minha terra
Com a devida vénia a uma conterrânea "roubei" esta foto do seu Facebook.
Esta é uma foto da Barragem de Póvoa e Meadas, um sítio que me traz à memória recordações que nunca mais acabam. Recordações boas, muito boas!
Comecei a ir à barragem desde miúda. Sempre que ia passar os Verões ao Alentejo, e ia sempre, a barragem fazia parte da nossa vida.
Passava o tempo na casa do meu avô, um monte alentejano no verdadeiro sentido da palavra, onde aliás nasci, isolado de tudo e de todos, onde eu e os meus primos corríamos à vontade, esfolávamos os joelhos e fazíamos mil e uma asneiras completamente defendidos pelo meu avô que nos deixava fazer tudo.
De vez em quando havia um tio que dizia, vamos à barragem.
Epá, era num instante que arranjávamos toalhas e vestíamos fatos de banho. Excitadíssimos, claro. O meu primo é cinco anos mais velho e a irmã dele um ano mais nova do que eu e os três passámos muitos e bons momentos na casa do meu avô.
Regressando à barragem... (Começo a achar que as minhas filhas têm razão, eu disperso-me muito).
Ir para a barragem significava tudo o que as crianças gostam, água, mergulhos (excepto para mim, claro), sol e um bronzeado do tipo "cor dos torresmos" no fim do dia.
Mais tarde, já adolescente, para além do Verão, ia para a barragem com os meus amigos na segunda feira de Páscoa.
Íamos todos em grupo, a pé, com cestos e cestos de comida e bebida, equipados a rigor para um piquenique "lancheiro" em grande.
Belos dias que passei por lá. Apanhávamos amoras mansas, cantávamos, tomávamos banho quando o tempo permitia e voltávamos ao fim do dia cansados, meio bebidos e muito, muito sujos.
Também no Verão comecei a ir com amigas durante o dia, ver os moços, claro, mostrar as curvas em biquini e fazer aquelas coisas que as adolescentes fazem quando estão juntas e que na altura são o melhor do mundo - rir, conversar, viver...
A barragem também era sítio de paragem quando se saía do Pedro V, em Castelo de Vide, que agora é só restaurante, mas no meu tempo, era também discoteca.
De madrugada quando se voltava para casa passava-se e parava-se na barragem, quantas vezes para um banho madrugador, que nos sabia pela vida.
Quando vou à minha terra que obviamente se chama Póvoa e Meadas, gosto de virar em Nisa no caminho que passa por lá e rever aquele sítio, que é um verdadeiro oásis num Alentejo, que não é tão plano e árido como o que as pessoas acham que conhecem.
Lembro-me de quando era mais miúda a segunda feira de Páscoa ser na Barragem, mas com os pais.
Na minha terra existe a tradição do borrego na Páscoa, mas no almoço de domingo comem-se os maranhos e o sarapatel (não vou explicar para não ferir sensibilidades), mas posso dizer-vos que do cabrito e do borrego na minha terra só não se come a pele...
Portanto, no domingo, maranhos e sarapatel e na segunda feira o animal grelhava-se na barragem. Nessa altura ainda não havia ASAE e faziam-se belas fogueiras e belos assados ao ar livre.
Lembro-me do meu avô Álvaro, de quem tenho muitas, muitas saudades a olhar para filhos, filhas, genros, noras, netos e netas de volta de uma fogueira enquanto ele enrolava um dos seus cigarrinhos.
Tenho muitas saudades tuas avô...
Comíamos a carne grelhada, que é ótima, com casqueiro alentejano, vulgo pão, e eventualmente uns pacotes de Pála-Pála (batatas fritas).
Por isto tudo e muitas outras coisas que marcaram a minha infância e adolescência agradeço à Maria Manuela Fidalgo Marques, minha conterrânea e amiga virtual (por enquanto) pelas fotos que partilhou.
Obrigada.
quinta-feira, 3 de maio de 2012
Tá tudo doido!
Li hoje no Jornal de Negócios que uma empresa de aviação anunciou um pacote de medidas para reduzir o peso nos seus aviões e assim poupar nos combustíveis.
Uma dessas medidas, pasmem, é a exigência de que as suas hospedeiras emagreçam!!!
Sou só eu, ou mais alguém acha que isto não é normal?
Já estou a ver os anúncios de emprego desta companhia: "Companhia aérea admite hospedeiras. Requisitos - não pode pesar mais de 48kgs".
Mas o que é que passa pela cabeça das pessoas quando dizem estas coisas?
Andam a fumar ou a snifar alguma coisa e o produto é de má qualidade?
É que assim de repente é a única explicação que me ocorre.
Como é que é possível que uma empresa possa ter legitimidade para anunciar este tipo de medida?
Então uma pessoa agora para manter o seu emprego tem que deixar de comer?
A brilhante ideia da companhia aérea é a de premiar as hospedeiras e comissários de bordo que estejam em forma e dar-lhes a possibilidade de serem selecionados para o seu calendário anual.
Isto é verdadeiramente uma medida económica.
Pensem bem:
- Primeiro reduzem o peso nos aviões e poupam combustível.
- Segundo poupam dinheiro na contratação de modelos para o calendário anual e ainda o fazem como se fosse um prémio de consolação para os magrinhos.
- Terceiro e provavelmente foi esta será a consequência mais importante - passam a ter funcionários muito mais saudáveis, sem colesterol, diabetes e etc.. (Acho que eles não se lembraram desta, eu é que pensei no caso).
Já me estou a ver a concorrer a um anúncio de emprego e dizerem-me: ' Desculpe, mas você pesa 55kgs, portanto está fora de questão contratá-la. Até tem um bom curriculo e tirando o peso até servia...'.
Acho que arrancava os olhos à criatura que estivesse à minha frente.
Uma pessoa leva uma vida inteira a aprender a viver consigo, a aceitar-se tal como é e depois aparece um pseudo recrutador e diz-lhe que ai e tal e tem mais 5 ou 6 ou 7 kgs, que o requisito do anúncio.
Se hoje fosse dia 1 de Abril eu ia pensar que esta era uma belíssima mentira.
Infelizmente não é e isto é grave.
Esta é que era uma boa coisa para o sindicatos atacarem, não o facto de os funcionários do Jerónimo Martins terem trabalhado no dia 1 de Maio.
Viram? Só tenho pena que o meu blogue ainda não chegue às esferas sindicais.
Mas também, mesmo que chegasse o mais certo era acabarem com ele...
Uma dessas medidas, pasmem, é a exigência de que as suas hospedeiras emagreçam!!!
Sou só eu, ou mais alguém acha que isto não é normal?
Já estou a ver os anúncios de emprego desta companhia: "Companhia aérea admite hospedeiras. Requisitos - não pode pesar mais de 48kgs".
Mas o que é que passa pela cabeça das pessoas quando dizem estas coisas?
Andam a fumar ou a snifar alguma coisa e o produto é de má qualidade?
É que assim de repente é a única explicação que me ocorre.
Como é que é possível que uma empresa possa ter legitimidade para anunciar este tipo de medida?
Então uma pessoa agora para manter o seu emprego tem que deixar de comer?
A brilhante ideia da companhia aérea é a de premiar as hospedeiras e comissários de bordo que estejam em forma e dar-lhes a possibilidade de serem selecionados para o seu calendário anual.
Isto é verdadeiramente uma medida económica.
Pensem bem:
- Primeiro reduzem o peso nos aviões e poupam combustível.
- Segundo poupam dinheiro na contratação de modelos para o calendário anual e ainda o fazem como se fosse um prémio de consolação para os magrinhos.
- Terceiro e provavelmente foi esta será a consequência mais importante - passam a ter funcionários muito mais saudáveis, sem colesterol, diabetes e etc.. (Acho que eles não se lembraram desta, eu é que pensei no caso).
Já me estou a ver a concorrer a um anúncio de emprego e dizerem-me: ' Desculpe, mas você pesa 55kgs, portanto está fora de questão contratá-la. Até tem um bom curriculo e tirando o peso até servia...'.
Acho que arrancava os olhos à criatura que estivesse à minha frente.
Uma pessoa leva uma vida inteira a aprender a viver consigo, a aceitar-se tal como é e depois aparece um pseudo recrutador e diz-lhe que ai e tal e tem mais 5 ou 6 ou 7 kgs, que o requisito do anúncio.
Se hoje fosse dia 1 de Abril eu ia pensar que esta era uma belíssima mentira.
Infelizmente não é e isto é grave.
Esta é que era uma boa coisa para o sindicatos atacarem, não o facto de os funcionários do Jerónimo Martins terem trabalhado no dia 1 de Maio.
Viram? Só tenho pena que o meu blogue ainda não chegue às esferas sindicais.
Mas também, mesmo que chegasse o mais certo era acabarem com ele...
quarta-feira, 2 de maio de 2012
O Pingo Doce e o 1º de Maio
É o novo escândalo nacional.
O Pingo Doce OBRIGOU os seus funcionários a trabalharem no 1º de Maio e pior que isso fez uma promoção em que a partir de 100 euros de compras os clientes pagavam apenas 50% do valor total da factura.
ESCANDALOSO!!!
Note-se que eu estava a ser irónica, vocês é que não ouviram o tom do meu pensamento...
Eu realmente nunca tive veia de sindicalista e de cada vez que oiço os senhores sindicalistas a falar na televisão, fico ainda com menos veia.
Num país que está no estado deplorável em que este está, os sindicatos só reclamaram de os funcionários do Pingo Doce serem forçados a trabalhar no dia do Trabalhador.
Esqueceram-se da quantidade gigantesca de famílias que este mês vai comer melhor e ver os seus orçamentos um bocadinho menos apertados com esta iniciativa.
Pois eu achei fantástica a promoção e só tenho pena de não ter chegado a tempo de aproveitar.
Mas fazer compras a 50% dos preços que atualmente se praticam nos supermercados parece-me bastante aliciante.
Aposto o que quiserem que os senhores sindicalistas estavam nas manifestaçõezinhas da treta, que não alimentam ninguém e onde o dinheiro que gastam nos cartazes, transportes, etc, dava para alimentar umas tantas famílias, mas as suas empregadas estavam na fila dos Pingo Doce deste país a fazerem as comprinhas lá para casa. Sim que eles podem ser defensores dos trabalhadores, mas também comem.
Mais, já pensaram, os senhores sindicalistas que por este andar qualquer dia não há trabalhadores para defender?
E já pensaram os senhores trabalhadores, que ainda o são, que a quota do sindicato podia ser mais útil se fosse gasta no Pingo Doce?
Lamentável, para mim, não foi o facto de os funcionários do grupo Jerónimo Martins trabalharem no 1º de Maio. Eu também já trabalhei em muitos 1ºs de Maio e nunca me caiu nada, nunca me fez mal e enquanto funcionária por conta de outrém até foi benéfico, porque sendo feriado é pago a dobrar e dá sempre jeito...
Lamentável foi o facto de a miséria das pessoas as levar a destruir basicamente os supermercados e a entrar em conflito pelos produtos das prateleiras.
Lamentável foi ter sido necessária a intervenção da polícia e os feridos que resultaram de alguns desacatos.
Lamentável foi o negócio de aluguer de carrinhos que o "portuga" logo arranjou e que chegou, segundo li na net, a atingir o valor de 20€ por carrinho.
Lamentável foi a confusão, o esvaziar indiscriminado de prateleiras e o exagero de porcarias que me foi dado observar.
Eu que não sabia de nada quando cheguei de manhã para comprar o pão e aquelas coisinhas do dia-a-dia ao PD mais perto de mim até me assustei... Parecia que ia haver guerra e que a comida ia passar a ser racionada. O senhor que estava à minha frente tinha assim umas compras magnificas, coca-cola, chocolates, gelados, bolachas, enfim... Nada saudável ou de primeira necessidade.
Bom mesmo foi ver famílias a aproveitar para comprar fraldas para os bebés, papas, leites e outros bens de primeira necessidade, que provavelmente muitas vezes falham em muitos lares portugueses nesta altura.
Bom também para os funcionários do PD que este mês vão ter o recibo de ordenado um bocadinho mais composto com um feriadinho...
Nao acreditam? Experimentem tentar viver com um ordenado de 500€ e pensem lá se tudo o que vier em acréscimo não é bom...
Enquanto neste país os sindicatos continuarem a defender interesses do século dezanove e a usar palas nos olhos como os burros, as pessoas continuarem a ter falta de civismo e a ser contra tudo e todos, só pelo prazer de serem do contra, não vamos a lado nenhum.
O dia 1 de Maio é um dia como qualquer outro.
Ah e tal porque é o dia do Trabalhador.
Fantástico.
Nesse caso: Trabalhe-se.
Por este andar é aproveitar enquanto há...
O Pingo Doce OBRIGOU os seus funcionários a trabalharem no 1º de Maio e pior que isso fez uma promoção em que a partir de 100 euros de compras os clientes pagavam apenas 50% do valor total da factura.
ESCANDALOSO!!!
Note-se que eu estava a ser irónica, vocês é que não ouviram o tom do meu pensamento...
Eu realmente nunca tive veia de sindicalista e de cada vez que oiço os senhores sindicalistas a falar na televisão, fico ainda com menos veia.
Num país que está no estado deplorável em que este está, os sindicatos só reclamaram de os funcionários do Pingo Doce serem forçados a trabalhar no dia do Trabalhador.
Esqueceram-se da quantidade gigantesca de famílias que este mês vai comer melhor e ver os seus orçamentos um bocadinho menos apertados com esta iniciativa.
Pois eu achei fantástica a promoção e só tenho pena de não ter chegado a tempo de aproveitar.
Mas fazer compras a 50% dos preços que atualmente se praticam nos supermercados parece-me bastante aliciante.
Aposto o que quiserem que os senhores sindicalistas estavam nas manifestaçõezinhas da treta, que não alimentam ninguém e onde o dinheiro que gastam nos cartazes, transportes, etc, dava para alimentar umas tantas famílias, mas as suas empregadas estavam na fila dos Pingo Doce deste país a fazerem as comprinhas lá para casa. Sim que eles podem ser defensores dos trabalhadores, mas também comem.
Mais, já pensaram, os senhores sindicalistas que por este andar qualquer dia não há trabalhadores para defender?
E já pensaram os senhores trabalhadores, que ainda o são, que a quota do sindicato podia ser mais útil se fosse gasta no Pingo Doce?
Lamentável, para mim, não foi o facto de os funcionários do grupo Jerónimo Martins trabalharem no 1º de Maio. Eu também já trabalhei em muitos 1ºs de Maio e nunca me caiu nada, nunca me fez mal e enquanto funcionária por conta de outrém até foi benéfico, porque sendo feriado é pago a dobrar e dá sempre jeito...
Lamentável foi o facto de a miséria das pessoas as levar a destruir basicamente os supermercados e a entrar em conflito pelos produtos das prateleiras.
Lamentável foi ter sido necessária a intervenção da polícia e os feridos que resultaram de alguns desacatos.
Lamentável foi o negócio de aluguer de carrinhos que o "portuga" logo arranjou e que chegou, segundo li na net, a atingir o valor de 20€ por carrinho.
Lamentável foi a confusão, o esvaziar indiscriminado de prateleiras e o exagero de porcarias que me foi dado observar.
Eu que não sabia de nada quando cheguei de manhã para comprar o pão e aquelas coisinhas do dia-a-dia ao PD mais perto de mim até me assustei... Parecia que ia haver guerra e que a comida ia passar a ser racionada. O senhor que estava à minha frente tinha assim umas compras magnificas, coca-cola, chocolates, gelados, bolachas, enfim... Nada saudável ou de primeira necessidade.
Bom mesmo foi ver famílias a aproveitar para comprar fraldas para os bebés, papas, leites e outros bens de primeira necessidade, que provavelmente muitas vezes falham em muitos lares portugueses nesta altura.
Bom também para os funcionários do PD que este mês vão ter o recibo de ordenado um bocadinho mais composto com um feriadinho...
Nao acreditam? Experimentem tentar viver com um ordenado de 500€ e pensem lá se tudo o que vier em acréscimo não é bom...
Enquanto neste país os sindicatos continuarem a defender interesses do século dezanove e a usar palas nos olhos como os burros, as pessoas continuarem a ter falta de civismo e a ser contra tudo e todos, só pelo prazer de serem do contra, não vamos a lado nenhum.
O dia 1 de Maio é um dia como qualquer outro.
Ah e tal porque é o dia do Trabalhador.
Fantástico.
Nesse caso: Trabalhe-se.
Por este andar é aproveitar enquanto há...
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