terça-feira, 20 de dezembro de 2011

Já tou farta de tanta crise e de tanta choraminguice...

Este país é um colosso. Tá tudo grosso! Tá tudo grosso! Anda tudo a fazer pouco... da gente!!!
Lembram-se?
Era um dos sketchs feitos pela Ivone Silva e penso que pelo Camilo de Oliveira num daqueles programas da RTP 1 e continua tão atual como sempre.
Com uma diferença - os portugueses aprenderam a queixar-se, a choramingar, a fazerem-se de coitadinhos, desgradaçadinhos, VITIMAS...
É que já não há paciência. Eu sei que as coisas estão péssimas, senti-o na pele, no negócio que achei que ia ser o meu salto para outro nível, sinto-o todos os dias quando vejo os preços a subir mais rápido que os balões de ar quente. Mas daí até andar toda a gente com cara de "todos me devem e ninguém me paga", vai uma senhora distância. Os portugueses têm que começar a olhar um bocadinho mais além do próprio umbigo, a ser menos egoistas e sobretudo a pararem com a história da desgradaçadinha.
BOLAS. O fado foi promovido a Património da Humanidade, mas isso não quer dizer que façamos da lamentação o nosso lema colectivo. Abstenham-se, se faz favor. Já chega de vitimismo (não sei se esta palavra existe, mas é óptima para este caso), comecem a levantar a cabeça e a mostrar algum orgulho.
CARAÇAS! Mas nós somos descendentes de Vasco da Gama ou do Rato Mickey?
E que tal pararem de se queixar e começarem a procurar o que fazer? Ok, eu concordo, os empregos estão difíceis, mas ainda há trabalho...
Às vezes dá-me uma vontade de abrir a boca e começar a insultar determinado tipo de gente. A sério!!!???
É mesmo necessário andar toda a gente mal disposta e com cara de cú? Não podemos seguir o exemplo dos brasileiros? Hoje tem arroz, amanhã a gente vê... Vá lá, vamos começar a pensar que já vivemos muito pior.
Quando eu era miúda a televisão tinha dois canais e os dois eram a preto e branco. E não havia cá comandos. Levantávamos o rabinho do sofá (mais cadeiras, mas pronto) e mudávamos de canal no botãozinho da televisão - uma maneira de fazer exercício.
Compravam-se coisas como bolachas, chocolates e afins quando o rei fazia anos e não todos os dias.
Almoçava-se fora em dias de festa e não sempre que não nos apetece cozinhar.
Compravam-se sapatos quando se precisava deles e não porque são giros, baratos e toda a gente tem.
E a roupa seguia pelo mesmo caminho...
E os presentes de Natal eram aguardados com muita expectativa, porque eram mesmo necessários, e não superficiais como são agora.
Francamente, acho que mesmo as pessoas mais velhas parece que já se esqueceram do que era a vida antigamente, sem as tretas e as manias que hoje temos. Sem luxos, sem consumismos...
É urgente que os portugueses comecem a fazer contas à vida e percebam que nem toda a gente pode gastar o mesmo só porque o vizinho gasta, ou ter o que o vizinho tem, ou ir de férias para os mesmos sítios, ou comprar as mesmas roupas, sapatos, carros, mobílias, etc.
Perderam-se tantos valores...
Já não se aproveita, fica tudo escandalizado com a palavra aproveitar. Que eu saiba o desperdício é que é mau. Sempre me ensinaram desde pequenina que no aproveitar é que está o ganho...
Pois eu ainda me lembro e por isso aproveito o que posso, em termos de comida, roupa, etc. Não vejo mal nenhum nisso. Aproveito as promoções, os cupões e os talões e as aproximações do fim de validade e cozinho e congelo e reciclo e quem não gosta temos pena. A vida não está para brincadeiras e antes aproveitar do que faltar comida na mesa.
Esta mania das grandezas que atingiu os portugueses vai ter que acabar. A bem ou a mal e o mais certo é ser a mal.
Eu por mim já comecei a fazer as minhas conservas e compotas, os meus rissóis, pasteis e croquetes, para as emergências. E quem não sabe acho melhor começar a pensar em aprender, que as empregadas domésticas também devem ter tendência a acabar. São um luxo, como tantos outros.
Conheço pessoas que nem trabalham, estão em casa e têm uma empregada porque "não tenho jeito para cozinhar, não sei passar a ferro, não gosto muito destas coisas da casa". Tenham dó!
Toda a gente sabe, só é preciso querer... E o problema é que as pessoas não querem. Acomodaram-se, estão bem assim.
Estou mesmo sem paciência para estas tretas.
Como diz a outra: "Cresçam e apareçam!"
E rápido, se faz favor!!!

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